segunda-feira, 28 de junho de 2010

Do outro lado.

"Há sempre uma pequena porcentagem de inimaginável... Ao se ver uma mulher vestida, pode-se evidentemente imaginar mais ou menos como seria ela nua, mas entre a aproximação da idéia e a precisão da realidade subsiste uma pequena lacuna de inimaginável... E a busca do inimaginável não termina com a descoberta da nudez, mas vai além dela... A unicidade do 'eu' se esconde exatamente no que o ser humano tem de inimaginável. Só podemos imaginar o que é idêntico a todos os seres, o que lhes é comum. O 'eu' individual é o que se distingue do geral, portanto o que não se deixa adivinhar nem calcular antecipadamente, o que precisa ser desvendado, descoberto, conquistado no outro."

Milan Kundera, em 'A Insustentável Leveza do Ser'

terça-feira, 22 de junho de 2010

Margaritas

Eu descobri que a felicidade está nas pequenas coisas da vida. Nas coisas mais simples, mais pequenas, que você pode alcançar no dia-a-dia. Tomar “a de canela” no Batista com minhas amigas, lanchar no Sousa depois de um dia cheio, ler um livro bom e se e interessar pela história e se envolver com o personagem, ir num pub com os amigos e tomar uma tequila, fugir no meio da noite com uma pessoa que você nem esperava, ter uma pessoa que mesmo longe se importa com você e se interessa pelo que você pensa, rir na hora do desespero na faculdade, ou rir, apenas rir. Como cantou Herbet Viana, tudo isso me faria feliz, absurdos me fariam feliz.
Um dia uma pessoa me falou que nós deveríamos ter pequenos grandes sonhos na vida. E eu tenho pequenos sonhos, vários pequenos sonhos, que eu realizo diariamente. E as pessoas nem percebem, as vezes nem eu mesmo percebo. Claro, eu tenho sonhos grandes. Tenho objetivos na minha vida. Mas não dependo única e exclusivamente deles pra viver, pra ser feliz. Penso no meu futuro como qualquer outra pessoa, mas não vivo em função dele. Eu vivo o agora, o hoje. O amanhã... Pra quê? Ainda temos tempo.
É por saber e crer na efemeridade da vida, que eu cada vez mais faço dos meus sonhos coisas simples, coisas tangíveis, pra que eu possa realizá-los, e não ser uma pessoa frustrada por não conseguir. Cada dia é único se você viver as oportunidades que esse dia te proporciona. Se eu rio? Muito! Se eu choro? Não consigo. Eu me divirto? Desesperadamente! Me decepciono? Faz parte. Eu sou feliz? Ah, isso sim... Demasiadamente, eu sou feliz.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Liberte-se!

"...Emancipate yourselves from mental slavery
None but ourselves can free our minds
Have no fear for atomic energy,
'Cause none of them can stop the time
How long shall they kill our prophets,
While we stand aside and look
Huh, some say it's just a part of it:
We've got to ful fill the Book

Won't you help to sing,
These songs of freedom?
'Cause all I ever have:
Redemption songs,

Redemption songs,

Redemption songs!..."


(Redemption songs - Bob Marley)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Superego Monalisa

Eu queria desabafar agora o que eu estou sentindo, mas a verdade é que nem eu sei traduzir o que isso significa. Sinto-me tomada de uma angústia, ao mesmo tempo em que não vejo nada com o que me preocupar. Sou tomada por um acesso de desespero, de tristeza, sem motivo aparente, sem ter por quê. Depois me sinto feliz, depois estou feliz, logo depois, não estou mais. Inconstância. Acho eu, que essa palavra traduziria muita coisa. Uma incógnita. Talvez essa traduziria melhor. Não sei! O fato é que saber lidar com situações assim é difícil, ajudar as pessoas pra mim é sempre mais fácil. E quando sou em quem precisa de ajuda, quem pode me ajudar? Tenso. Eu reflito sobre o assunto e chego à conclusão que isso é acumulo de uma série de fatores. Botar pra fora, desabafar... Pra quê? Pra que os outros saibam que você tem problemas, mesmo sabendo que ninguém vai resolver? Não, obrigada. Eu prefiro encará-los de frente, sozinha, uma hora eu consigo. “A verdade é que sou intensa demais e não há quem dê jeito nisso. Sofro dores que não são minhas. Vibro com alegrias que não me pertencem. O bom de tudo é que, toda noite antes de dormir, eu rezo. E sempre sorrio (mesmo quando estou triste).” Eu visto uma capa, e ela me protege, mesmo que ludicamente. Ninguém sabe o que se passa na minha cabeça, o que há por traz do meu sorriso, do meu olhar. Não se preocupem, nem eu mesmo sei. Usando agora as palavras de Clarice, a única coisa que sei é que eu vivo. Sinceramente, eu vivo. Sinto em mim, que falta alguma coisa, uma coisa que eu não sei o que é, mas enquanto eu não acho, eu vivo arduamente em função de encontrá-la. É assim que se faz uma pessoa, é assim que as pessoas crescem, vivendo intensamente cada momento, de dor, alegria, tristeza, decepção, euforia, emoção, mágoas, lamentos, felicidades, amores. “Faz parte do meu show, faz parte do meu show, meu amor...”