sábado, 18 de dezembro de 2010

Traição

A traição. Desde nossa infância, papai e o professor nos repetem
que é a coisa mais abominável que se possa conceber. Mas o que
é trair? Trair é sair da ordem. Trair é sair da ordem e partir para
o desconhecido. Sabina não conhece nada mais belo que partir
para o desconhecido.


Milan Kundera, em A insustentável leveza do ser.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Metáforas.

"...deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)."

A Insustentável leveza do ser de Milan Kundera.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Do meu jeito.

"O meu amor eu guardo para os mais especiais.
Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso.
Erro, admito. Aprendo, ensino.
Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade.
Conservar algo que faça eu recordar de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te."


William Shakespeare

domingo, 24 de outubro de 2010

De volta.

Mas uma vez vitima de mim mesma. Vitima do meu próprio eu. Incompreendida, mal entendida, confundida. Me importo? Nem um pouco.
A vida é muito mais do que isso, pra eu me preocupar. Eu me poupo disso, guardo-me pra ocasiões especiais. Eu tenho isso em mente desde quando escolhi a filosofia que eu sigo na minha vida, que aliás é muito difícil das pessoas entenderem (confundem “prazer nas coisas simples da vida” com “sexo, drogas e rock’n roll”). Eu vivo e me entrego intensamente para toda e qualquer situação na minha vida. Me apaixonei por todas as pessoas por quem me relacionei, e desapaixonei de todas elas com a mesma facilidade, que diga-se de passagem, não foram muitos. Mas amar, tenho quase que certeza que não amei ninguém (digo quase, porque ainda tenho dúvidas se amei uma pessoa).
Aprendi que nunca se deve criar expectativas, porque sem expectativas não há desapontamentos. Descobri que eu não sei demonstrar interesse e tenho medo de relacionamentos sérios. Descobri que o meu carinho é tão sutil que as pessoas não percebem. Aprendi que quando eu me doei demais, foi quando eu menos recebi.
Isso não me fez mal nenhum, pelo contrário me fez muito bem. Me fez ser o que eu sou. Fria, insensível, discreta, indiferente, como queiram. Se é isso que as pessoas pensam de mim, lamento por elas. Pobres mortais. É tão fácil julgar não é?
Roubaram todo o romantismo que existia em mim. Mas eu não vou morrer por causa disso, enquanto eu procuro ele de volta, eu vou vivendo só (e feliz) comigo mesma, como tem que ser.


Um hora eu acho, e mesmo se eu não achar, tudo bem... eu tentei.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deficiência

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida,
aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive,
sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria,
e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo,
ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e
quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e
se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre."

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Raul e Eu

Eu devia estar contente
Porque eu sou universitária
Sou uma dita garota de sorte
E que recebe uma mesada básica
Por mês...
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida, passei no vestibular
Eu devia estar feliz
Porque ganhei do meus pais
Um Classic 2007.
Eu devia estar alegre
E satisfeita
Por morar em São Luis
Depois de ter passado
Toda minha infancia
Em uma cidade “maravilhosa”
Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhosa
Por ter finalmente ganhado um apartamento
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa...
Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhada
Que eu estou decepcionada...
Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aqui parada...
Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra sair com a família
Sair com meus amigos
Ir no parquinho com minha sobrinha...
Ah!
Mas que garota chata sou eu
Que não acha nada engraçado
Faculdade, praia, carro
Apartamento, baladas
Eu acho tudo isso um saco...
É você olhar no espelho
Se sentir
Uma grandessíssima idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...
E você ainda acredita
Que é uma boa filha, boa menina
O exemplo da família
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
Ainda consigo acreditar
Em uma luz pro fim do túnel
Um força que me diz “ Vá em frente Tássia, nem tudo acabou”


(Adaptação da música Ouro de tolo, de Raul Seixas)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Menestrel

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…

E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…

Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…

Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…

Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

(William Shakespeare)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um estranho "eu"

Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu...
Eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas...
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre...
Sempre... sempre...
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas...
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo![...]


(Paranóia, Raul Seixas)

Será "paranóia" mesmo da minha cabeça?

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Do outro lado.

"Há sempre uma pequena porcentagem de inimaginável... Ao se ver uma mulher vestida, pode-se evidentemente imaginar mais ou menos como seria ela nua, mas entre a aproximação da idéia e a precisão da realidade subsiste uma pequena lacuna de inimaginável... E a busca do inimaginável não termina com a descoberta da nudez, mas vai além dela... A unicidade do 'eu' se esconde exatamente no que o ser humano tem de inimaginável. Só podemos imaginar o que é idêntico a todos os seres, o que lhes é comum. O 'eu' individual é o que se distingue do geral, portanto o que não se deixa adivinhar nem calcular antecipadamente, o que precisa ser desvendado, descoberto, conquistado no outro."

Milan Kundera, em 'A Insustentável Leveza do Ser'

terça-feira, 22 de junho de 2010

Margaritas

Eu descobri que a felicidade está nas pequenas coisas da vida. Nas coisas mais simples, mais pequenas, que você pode alcançar no dia-a-dia. Tomar “a de canela” no Batista com minhas amigas, lanchar no Sousa depois de um dia cheio, ler um livro bom e se e interessar pela história e se envolver com o personagem, ir num pub com os amigos e tomar uma tequila, fugir no meio da noite com uma pessoa que você nem esperava, ter uma pessoa que mesmo longe se importa com você e se interessa pelo que você pensa, rir na hora do desespero na faculdade, ou rir, apenas rir. Como cantou Herbet Viana, tudo isso me faria feliz, absurdos me fariam feliz.
Um dia uma pessoa me falou que nós deveríamos ter pequenos grandes sonhos na vida. E eu tenho pequenos sonhos, vários pequenos sonhos, que eu realizo diariamente. E as pessoas nem percebem, as vezes nem eu mesmo percebo. Claro, eu tenho sonhos grandes. Tenho objetivos na minha vida. Mas não dependo única e exclusivamente deles pra viver, pra ser feliz. Penso no meu futuro como qualquer outra pessoa, mas não vivo em função dele. Eu vivo o agora, o hoje. O amanhã... Pra quê? Ainda temos tempo.
É por saber e crer na efemeridade da vida, que eu cada vez mais faço dos meus sonhos coisas simples, coisas tangíveis, pra que eu possa realizá-los, e não ser uma pessoa frustrada por não conseguir. Cada dia é único se você viver as oportunidades que esse dia te proporciona. Se eu rio? Muito! Se eu choro? Não consigo. Eu me divirto? Desesperadamente! Me decepciono? Faz parte. Eu sou feliz? Ah, isso sim... Demasiadamente, eu sou feliz.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Liberte-se!

"...Emancipate yourselves from mental slavery
None but ourselves can free our minds
Have no fear for atomic energy,
'Cause none of them can stop the time
How long shall they kill our prophets,
While we stand aside and look
Huh, some say it's just a part of it:
We've got to ful fill the Book

Won't you help to sing,
These songs of freedom?
'Cause all I ever have:
Redemption songs,

Redemption songs,

Redemption songs!..."


(Redemption songs - Bob Marley)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Superego Monalisa

Eu queria desabafar agora o que eu estou sentindo, mas a verdade é que nem eu sei traduzir o que isso significa. Sinto-me tomada de uma angústia, ao mesmo tempo em que não vejo nada com o que me preocupar. Sou tomada por um acesso de desespero, de tristeza, sem motivo aparente, sem ter por quê. Depois me sinto feliz, depois estou feliz, logo depois, não estou mais. Inconstância. Acho eu, que essa palavra traduziria muita coisa. Uma incógnita. Talvez essa traduziria melhor. Não sei! O fato é que saber lidar com situações assim é difícil, ajudar as pessoas pra mim é sempre mais fácil. E quando sou em quem precisa de ajuda, quem pode me ajudar? Tenso. Eu reflito sobre o assunto e chego à conclusão que isso é acumulo de uma série de fatores. Botar pra fora, desabafar... Pra quê? Pra que os outros saibam que você tem problemas, mesmo sabendo que ninguém vai resolver? Não, obrigada. Eu prefiro encará-los de frente, sozinha, uma hora eu consigo. “A verdade é que sou intensa demais e não há quem dê jeito nisso. Sofro dores que não são minhas. Vibro com alegrias que não me pertencem. O bom de tudo é que, toda noite antes de dormir, eu rezo. E sempre sorrio (mesmo quando estou triste).” Eu visto uma capa, e ela me protege, mesmo que ludicamente. Ninguém sabe o que se passa na minha cabeça, o que há por traz do meu sorriso, do meu olhar. Não se preocupem, nem eu mesmo sei. Usando agora as palavras de Clarice, a única coisa que sei é que eu vivo. Sinceramente, eu vivo. Sinto em mim, que falta alguma coisa, uma coisa que eu não sei o que é, mas enquanto eu não acho, eu vivo arduamente em função de encontrá-la. É assim que se faz uma pessoa, é assim que as pessoas crescem, vivendo intensamente cada momento, de dor, alegria, tristeza, decepção, euforia, emoção, mágoas, lamentos, felicidades, amores. “Faz parte do meu show, faz parte do meu show, meu amor...”

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mais?

Continuando...

Às vezes eu acho que eu sou disléxica.
Não gosto que desconhecidos me abracem.
Odeio suor (estar suada, e pessoas suadas).
Incomodo-me com erros de português (escritos e pronunciados).
Sou hipocondríaca.
Adoro incenso.
Amo ler. Não gosto de escrever.
Às vezes eu esqueço o meu nome (sério, eu esqueço! mas isso só dura alguns segundos).
Adoro vestido.
Reparo inconscientemente e compulsivamente mãos, unhas e bocas das pessoas.
Odeio mel.
Não lembro se eu já tomei banho.
Fico nervosa quando vejo desperdício de água.
Sofro de Síndrome do Impostor.
Tenho atração por homens mais velhos.
Amo vinho.
Sofro de insônia. (Quando estou em crise, não falo com ninguém de manhã, não me perguntem por que, nem eu sei)
Não me lembro de aniversários e datas importantes. (Eu falo que lembro, mas eu não lembro)
Não gosto de sol, areia, praia. Prefiro a noite.
Amo a noite.

Isso tudo te assusta? Normal, às vezes eu também me assusto.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Anúncio!

Vendem-se sonhos e ilusões perdidas a preços módicos!

Aceita-se qualquer forma de pagamento.

Interessados falar com a alma inquieta ao lado.

Ótima oportunidade de negócio, você não vai perder essa, vai?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ces't la vie!

É incrível como a vida nos prega peças. Um dia quando você menos espera você vive uma coisa, que de tão incrível você acha que nunca mais vai viver na sua vida. Você conhece pessoas, conhece lugares, vive experiências novas, conversa, troca informações, beijos, carinhos, e-mails, telefone, enfim. Você passa a fazer planos, a criar expectativas, a planejar das coisas mais simples às mais absurdas. Você cria vínculos, cria laços, cria afeto, cria imaginações, cenas... A sua vida toma rumos diferentes, a cada dia você renova suas esperanças, você deixa pra trás algumas, você passa a buscar por outras. E de repente tudo pode mudar numa tarde de sábado. Sim, é impactante, é cruel, é triste, como queiram. Mas é a verdade. Todos os seus planos vão por água abaixo, tudo muda de lugar. Mas sabe o que mais me chama atenção nisso tudo... É a chance que a vida te dá de recomeçar. A gente sofre, chora, fica completamente down, liga pros amigos, alguns bebem, outros oram. Mas recomeça. Vai ao fundo do poço e emerge totalmente restabelecido. Ficam feridas, mágoas, mas elas nos ensinam. Não há nada que passamos na vida, de que não se tira um proveito. Por mais triste que você fique você sempre vai lembrar de alguma coisa com saudade, vai sempre ficar uma lembrança boa, vai sempre ficar uma coisa especial, uma lição. Você não vai se arrepender do que fez, talvez você se arrependa do que não tenha feito, por que ai você pode dizer, eu tentei, eu entreguei minha cara a tapa, eu entreguei meu corpo, eu entreguei minha alma, eu me permiti. Até que já restabelecido, você conhece mais pessoas, vive mais coisas novas, troca as experiências adquiridas com as situações anteriores, é um ciclo, se repete, até o fim dos seus dias... E você vai olhar tudo isso, com aquele ar de missão cumprida e vai poder dizer: Obrigada Deus, eu vivi...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Eu?

Eu amo máquina de lavar.
Atendo o telefone falando: Uhuu!
Depois de um espirro eu falo: Segura!
Acordo mal humorada e falo: Merda!
Odeio as palavras: balde, doente, sapatão e idiota (por favor, não as use perto de mim)
Eu como gororoba quando estou depressiva.
Adoro andar descalço.
Pânico de banheiro público (sério, eu fico nervosa!)
Adoro chá. Adoro café. Adoro sorvete.
Penso em um milhão de coisas antes de dormir.
Quando eu faço besteira, eu digo baixinho: maldição.
Adoro pizza. Adoro perfumes.
Tenho fobia à multidão.
Não como na frente de estranhos.
Adoro abricó, pêssego e morango.
Assisto Os Simpsons.
Me acabo de sorrir de seriados americanos.
Não gosto de Crepúsculo, Lua Nova, Harry Poter e coisas afins.
Odeio fenômenos adolescentes.
Adoro esmaltes escuros.
Não me emociono ou choro com facilidade (histórias tristes, cenas emocionantes ou finais felizes).
Odeio o barulho. Aprecio o silêncio.
Amo dormir.
Eu só lembro o que eu quero.
Assisto Bob Esponja.
Odeio alguém me cutucar.
Odeio gritarem meu nome.
Eu tenho medo de correr, tenho medo de altura, tenho medo de escada.
Quando eu olho uma barata eu corro atrás dela até matar.
Quando estou com sono eu não falo coisa com coisa, e quando eu falo, eu não me lembro.

Continua...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Certezas

Não quero alguém que morra de amor por mim [...]

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
Quero apenas que me ame não me importando com que intensidade. [...]

Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre.
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. [...]

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
Alguém me valoriza pelo que sou não pelo que tenho [...]

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
Que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
E que valeu a pena.

(atribuído a Mario Quintana, não tenho certeza)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Newton explica!

Ultimamente, várias pessoas (e confesso que até eu mesmo), meio que por uma onda de ceticismo religioso, ou medo do julgamento final, preocupados com minha alma, ou simplesmente porque eu despertei curiosidade, me fizeram questionamentos sobre a minha concepção de "Deus"... "Mas você acredita em Deus?" elas me perguntavam... "Depende do que você define por Deus", era minha resposta. E passei a refletir mais sobre isso, não exatamente sobre a existência, por que eu acho que o meu tão pequeno conhecimento ainda não chegou ao ponto de ser capaz de fazer tal questionamento, mas sim, sobre minha concepção do que é Deus. Eu já tive várias concepções na minha vida, acreditem ou não, até meus 15 anos eu tinha a ideia de ser freira arraigada na minha mente. Tive a fase, do "será que Ele existe mesmo?", "será que eu realmente devo acreditar em tudo que me falam?", isso capitaneado por algumas doses de filosofia, de alguns filósofos e pensadores em especial... Bom, não foi fácil. Até hoje ainda busco essa concepção, essa minha opinião. Mas, de tudo o que aprendi de tudo que vivi e que busquei, nada foi supérfluo. Tenho minha opinião formada acerca de algumas coisas. Não tenho religião, porque como disse Marx, pra mim é o mal da humanidade. Minha religião sou eu e Ele. Não acredito nem desacredito em doutrinas e dogmas. Respeito, mas questiono. Não acredito num Deus, que nos tem como marionetes, que diz o que deve e o que não deve ser feito, que temos que obedecer inquestionavelmente, que nos diz o que é bom e o que mal, e que se formos bonzinhos, teremos como recompensa um lugarzinho bom no céu, por isso era tão fácil subverter as crianças no Nazismo, era só oferecer doces a ela e dizer que o "Deus" delas não fazia isso. Se esse é o Deus que você acredita, não nesse Deus eu não acredito. Eu acredito numa força superior, que está em todas as coisas, que habita em mim, que me permite errar, me permite acertar, e aprender com meus erros, e crescer com meus acertos, que não me diz o que fazer, mas me orienta quando eu preciso. Sim, nesse Deus eu acredito. Acredito plenamente na Sua existência. Até porque pra isso, eu remeto a uma frase que sintetiza tudo o que eu falei de Isaac Newton, a quem me dei liberdade de tomar por minhas, suas palavras: Se Deus não existisse, seria necessário que inventássemos um!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Viver não dói...

Nos últimos tempos, andei estudando muito (mesmo!). O meu curso chegou a um nível de discutir e relacionar os meios de viver, a vida. Nossa nunca gostei tanto de estar nesse meio como agora. Antes, me sentia um peixinho fora d'água; agora, me sinto um peixinho inexperiente e indefeso desse imenso oceano da vida. O que eu achei realmente muito interessante é como cada área de conhecimento descreve a vida, descreve o corpo, descreve o ser. É impressionante como as visões se confundem, divergem, e até entram em conflito, não só umas com as outras, mas com minhas opiniões, como cidadã, como ser humano, como cética. A fisiologia, por exemplo, descreve o corpo como "uma sociedade de 100 trilhões de células, trabalhando mutuamente, exercendo funções distintas". A religião (sim, a religião também entra nessa discussão, pode não parecer, mas para a ciência a religião ainda é um fator importante, uma pedra no sapato alguns diriam, pois ainda limita muito os avanços científicos), descreve a vida como um dom divino, e corpo com uma obra do Criador, como a morada de uma alma, a morada de "Deus". Isso é um conflito constante, todos os dias, mais comum do que a gente pensa. A Bioética é tão fascinante e tão obscura ao mesmo tempo, que eu nem sei explicar. Bom, isso me fez lembrar uma frase, que remete a um preceito hedonista, a que muito me identifico. Só um adendo: eu certamente jamais diria isso a uma paciente, e jamais entraria em discussão com qualquer área de conhecimento (ciência ou religião), até pela profissão que eu vou seguir no que diz respeito ao sentido desta expressão. Mas a expressão é a seguinte: O corpo num é uma máquina como nos diz a ciência, e nem um pecado como nos ensinou a religião. O corpo é uma festa! Eu concordo. O corpo é uma festa, a vida é festa. E você, concorda?

domingo, 2 de maio de 2010

Superego Marguerite

É engraçado, eu diria, até um tanto irônico, o que os homens dizem sobre nós mulheres. De fato, não me refiro a todos os homens, seria uma arrogância minha. Sempre falam que somos complicadas, que ninguém entende a cabeça das mulheres, enfim, esses comentários clichês sobre nossa natureza. Mas digo que não somos tão complicadas assim. Claro que temos dias de tensão, os dias em que as "camélias da janela estão vermelhas" (quem leu A dama das Camélias, sabe a que me refiro), mas em geral o que nós mulheres esperamos dos homens é tão simples que a mente pequena de alguns deste seres não conseguem enxergar. Não é preciso ser provido de uma inteligência extraordinária pra isso. Na verdade são eles que complicam as coisas. Queremos sensibilidade, não corpos sarados, cheio de músculos, ou demonstração de força física, isso só me faz acreditar ainda mais que os homens realmente descendem dos macacos, parecem gorilas. Se os homens soubessem o que eles podem conseguir com uma lágrima, eles seriam mais amados, e nós menos destruidoras. Queremos um pouco mais de educação, cavalheirismo. Parem com essa idéia fixa de que mulher gosta de dinheiro. Queremos mais respeito conosco, mais valor. As mulheres às vezes permitem que enganem seu amor, porém jamais que firam seu amor próprio. A diferença está no modo de falar, de saber como tratar uma mulher. Existem homens que se arruinariam sem nada obter de nós, há outros que nos obtém com um buquê de flores. Queremos um pouco mais de inteligência, de cultura. Por mais previsível que seja esta expressão, mas inteligência literalmente me atrai. Mesmo. Me excita! Claro que uma boa aparência contribui pra isso, mas não é um fator decisivo. Quando uma mulher se apaixona pelo intelecto, pela mente de um homem, ela se entrega, muito mais rápido do que o faria com um "corpo bonito". Falando por mim, eu não sou uma pessoa muito difícil de conquistar, basta me falar algumas palavras bonitas. É o suficiente pra eu me sentir viva, acesa. Será que isso tudo é tão difícil assim?!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cá estou eu...

E mais uma vez eu me vejo debruçada sobre minhas imaginações, aflições, anseios, dúvidas... Até um tempo atrás eu passaria isso pra um papel. Um sorrisinho agora talvez apareceu nos lábios de quem leu. "Que coisa antiquada...". É eu sei, eu também pensaria o mesmo. Mas confesso, eu sou! Ainda primo por coisas antigas, retrô, como queiram. Minha mãe diz que eu sou uma "jovem idosa", não concordo com ela. Por quê? Porque meus pensamentos, minhas convicções, meus princípios não estão na moda, em alta, ou não condizem com o meu tempo? Por que o meu gosto musical é o que minha irmã chama de "música velha"? Prefiro ser assim... Eu gosto de ser assim, me faz bem. Embora, isso às vezes fira a minha vaidade feminina, uma vez que sempre me dão quase dez anos a mais da idade que tenho. O fato é que coisas tão simples como ler um romance, escutar uma boa música (o que eu chamo de "boa", quer dizer com uma letra coerente, e sem muito "tum, tum, tum"), conversar, trocar experiências, ler o jornal, enfim, coisas banais, se tornou tão incomum, tão sem importância, que eu, que ainda insisto em o fazê-lo, me torno um pontinho diferente, nesse vasto mundo em tons de cinza. Viver as coisas simples da vida, sentir, tocar, ser... Pra mim, é o que interessa. E sei que eu não sou a única. Mas eu tenho que me adaptar ao meio pra sobreviver. Darwin chama de seleção natural, eu chamo de incoerência.
Até!